segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Barnabé Bagres garante a expansão do porto

Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore
Seg, 20 de Setembro de 2010 08:15
De São Paulo - Depois do vazamento da BP, no Golfo México, empresas do setor de petróleo que operam no Brasil começaram a se preocupar com o que estão chamando de "risco Petrobras". Não se trata do risco de um vazamento semelhante na costa brasileira. Mas de um temor de que Brasília siga o exemplo do presidente americano, Barack Obama. Após o acidente, Obama declarou uma suspensão de novas atividades petroleiras no Golfo durante seis meses. Para evitar perdas que poderiam ser causadas por uma moratória como a de Obama, as empresas estrangeiras com operações no Brasil já estão tentando fazer um seguro para o risco Petrobras. "Essa é uma preocupação que os estrangeiros do setor passaram a ter no Brasil depois do caso da BP", diz Keith Martin, da Aon.

A Aon no Brasil, diz Martin, já fez uma cotação para uma empresa do setor petrolífero. "Pediram uma apólice bastante alta, de US$ 200 milhões, para o caso de um eventual rompimento de contrato por parte da Petrobras. O prêmio ficou em 1% desse valor", disse. O negócio não foi fechado ainda. Martin crê que coberturas assim estejam sendo negociadas no mercado de seguro europeu.

Outro risco associado ao Brasil é a violência. "Há dois anos, uma empresa do norte da Europa nos procurou dizendo que tinha planos de se instalar no Brasil", lembra Geert Aalbers, da Control Risks. Em geral, os europeus são muito cautelosos quando se trata de riscos de segurança. A empresa, que Aalbers preferiu não identificar, fabrica bens de consumo bastante visados e o medo era em relação ao roubo de carga e à exposição de seus funcionários. "Treinamos o pessoal deles, criamos procedimentos internos para o transporte das mercadorias, orientamos o emprego de dispositivos contra roubo nos caminhões", diz. "Eles acharam os riscos gerenciáveis e estão instalados aqui."

Quanto ao risco político, essa não é mais uma preocupação de multinacionais e investidores que consultam empresas de risco quando falam de Brasil.

(Fonte: Valor Econômico/MS)

Localizada fora dos limites atuais do chamado porto organizado - e por isso, livre da jurisdição da Codesp - a área de Barnabé Bagres quase dobrará o tamanho do Porto de Santos, acrescentando um novo horizonte para construção de empreendimentos em Santos e Guarujá (respectivamente as margens direita e esquerda do complexo).

O limite do porto organizado é uma linha imaginária e sua ampliação depende de um decreto presidencial. Hoje, o parâmetro é o paralelo 23º54'48" que corta a Ilha dos Bagrinhos. Para incorporar Barnabé Bagres, essa reta será substituída por uma poligonal. Atualmente, o processo está em análise na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que não vê embaraços na ampliação do porto.

O único senão para cravar o novo limite, explica o superintendente de Portos da autarquia, Giovanni Paiva, é uma área da Aeronáutica que originalmente seria incluída no novo desenho, possibilidade agora descartada porque deverá ser usada como base de fiscalização para as operações do pré-sal. "Até o fim de outubro isso deve estar definido", disse o superintendente.

Segundo o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, a expansão do porto organizado não significa necessariamente que os terrenos privados daquela região serão desapropriados. É antes um sinalizador ao mercado de que, diante do atual esgotamento de terrenos no complexo, o porto tem para onde e como crescer no futuro.

Mas Serra adianta que menos de 60% do 7,8 milhões de metros quadrados a serem agregados poderão ser utilizados na atividade portuária em razão de limitações ambientais - a vegetação de Barnabé Bagres é de mangue. De toda forma, pondera que as restrições não podem ser totais. "Ninguém vai me convencer que uma área tem uma classificação ambiental de um lado (margem direita) e outra completamente diferente do outro (margem esquerda). Ainda assim, supondo que seja uma região intocada, a questão que se coloca é a seguinte: O Brasil precisa continuar crescendo, as cargas precisam continuar migrando", afirmou o presidente da Codesp.

Para Serra, dado que novos terminais e portos têm de atender a demanda projetada para o Brasil, investir em Barnabé Bagres é mais racional também sob o ponto de vista ambiental do que erguer instalações em outras regiões completamente virgens. E cita o exemplo da BTP, que investiu pesado para zerar um passivo ambiental num terreno onde existia um lixão. Sobre ele, inicia nos próximos meses a construção de um terminal multiuso orçado em R$ 1,2 bilhão.

(Fonte: valor Econômico/FP/de Santos)

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